Informação Sumária

Padroeiro: S. Gonçalo.
Habitantes: 363 pessoas (I.N.E.2011) e 406 eleitores em 05-06-2011.
Eleitores Inscritos: 405 eleitores em 31-12-2003.
Sectores laborais: Pequeno comércio, pequena indústria, agricultura e pecuária.
Tradições festivas: Senhora das Neves (5 de Agosto), S. Silvestre (4 de Agosto), e S. Gonçalo (1º Domingo de Junho).
Valores Patrimoniais e aspectos turísticos: Igreja Paroquial, capelas de Santa Luzia e da Senhora da Serra/Senhora das Neves e cruzeiro paroquial.
Gastronomia: Enchidos de Porco, Cozido à Portuguesa e Cabrito à moda da Serra de Arga
Artesanato: Tecelagem, Linho e Trajes “à lavradeira”.
Colectividades: Rancho Folclórico de Dem, Grupo Juvenil de Dem e Associação Desportiva, Recreativa e Cultural de Dem (Grupo de Bombos de S. Gonçalo de Dem).

ASPECTOS GEOGRÁFICOS

Dem, estende-se numa área de cerca de 649 ha., quase toda ela inserida na Serra de Arga. Aproximadamente 11 km, separam Dem da vila de Caminha, a sede do Concelho. Esta freguesia é a mais nova do município caminhense. Até à década de 60, integrou as freguesias de Orbacém e de Gondar, sendo, Lugar de Dem (Freguesia de Orbacém) e Lugar da Aldeia (Freguesia de Gondar). Desanexou-se por altura da sua elevação a freguesia, através do Decreto Lei nº 48 590 de 26 de Setembro de 1968.
Como principais lugares da freguesia de Dem destacam-se Pedras Frias, Boucinha, Chão do Porto e Aldeia. A estabelecer os seus limites estão: a norte, a freguesia de Argela; a sul, as freguesias de Orbacém e da Montaria (esta pertencente ao Concelho de Viana do Castelo); a nascente, a freguesia de Arga de São João; e a Poente, as freguesias de Venade e de Gondar.

RESENHA HISTÓRICA

Apesar do seu estatuto de “nova freguesia” não se pode deixar de considerar que, como território, albergou civilizações muito antigas que deixaram as suas marcas de ancestralidade como a arqueologia o tem comprovado bem como os seus topónimos Alto do Crasto e Crasto do Germano.

A Igreja Paroquial

Reconstruída em 1970, a partir da capela de S. Gonçalo, a Igreja Paroquial apresenta planta rectangular, com dois corpos nave e capela-mor ligados por um arco triunfal de meia volta, apoiado na parede. A sacristia fica do lado norte.
Saliente-se que esta igreja foi reconstruída aquando da elevação do lugar de Dem a freguesia.

Romaria da SENHORA DAS NEVES (a SUA LENDA)

Há muito tempo, vivia nas fraldas da Serra D’Arga, no local onde hoje está a capela da Senhora da Serra, um pobre monge, metido na toca de um sobreiro velho, fazendo penitência e rezando pelos pecados do mundo. Toda a sua atenção ia para Deus, prometendo grandes privações ao corpo, na comida e na bebida. Vivia o santo do frade sozinho, tendo como única companhia uma pequena imagem de Nossa Senhora, que carregara consigo do convento de onde viera.
Todos os dias o frade confidenciava com a Virgem os seus pensamentos e as suas orações. Havia-a colocado num altar improvisado dentro da cavidade onde morava, para melhor a homenagear e louvar, confiando na sua intercessão para conseguir a purificação total para si, e a salvação para os homens.
Ora aconteceu que um dia, no maior pico do verão, no mês de Agosto, o frade sentiu uma sede terrível que lhe afogueava a garganta. Bem queria o pobre do frade aguentar a sede, dando assim testemunho da capacidade de sofrimento e de penitência com que queria presentear continuamente a Virgem e seu bendito filho. Mas era de tal forma quente o dia, que resolveu suspender a dura renitência, para ir ali perto, junto de um fonte bem fresca, apagar a secura que lhe afligia a garganta.
Quando regressou ao seu poiso, notou, com extrema surpresa, que a Virgem já lá não estava! Entristecido e aflito, pensou logo que a Virgem o tinha abandonado, por não ter resistido à sede. Ajoelhou-se com o rosto por terra, e suplicou à Senhora: – Ó Virgem, Santa Mãe de Deus! Perdoai a minha falta de sacrifício! Por amor do vosso Santo Filho, meu Salvador, não me abandones!
Nisto, ouviu um grande estrondo! Temeroso do poder de Deus, tapou o rosto com as mãos, até que o silêncio voltou. Levantou lentamente a cabeça e olhou então para o alto. O sobreiro estava desfeito e envolto em brancura! Era a imagem da Virgem rodeada de neve, fitando-o com extrema doçura! E se aquele era um dia esbraseado de Agosto, logo se transformou em dia fresco e acolhedor, que nem a mais suave Primavera.
Vendo tão grande milagre, pegou o frade na imagem da Senhora, e aí lhe construiu um lindo nicho de pedra para a colocar. A partir daquele dia começou a chamar-lhe Nossa Senhora das Neves!

A Capela da Senhora das Neves

A capela da Senhora da Serra, ou Senhora das Neves é um dos santuários mais característicos do concelho de Caminha. Situa-se no cume da Serra por cima das Freguesia de Argela e Venade pelo lado poente e, pelo lado oposto, por cima da Freguesia de Gondar. Oferece a todos um panorama deslumbrante, pondo à vista o estuário do rio Coura com o rio Minho, ali no seu encontro junto à vila de Caminha. É digno de se observar as aldeias portuguesas e galegas numa e na outra margem do Minho.

Património

Como patrimónios da freguesia, encontra-se a Igreja Paroquial a Capela de Santa Luzia, situada no lugar de Carejos, os nichos e alminhas situados junto à igreja e a já referida Capela da Senhora das Neves.

Arqueologia

Insculturas na costa do Carvalho
O P. Artur Coutinho, que quando paroquiava esta freguesia, descobriu num penedo, situado na costa do Carvalho, uns sinais característicos.
Visitado o local estavam esses sinais, ainda bem conservados! Foram fotografados e os relatórios publicados no Notícias de Viana (Ano I, 4a série Nº,° 12.
O penedo de configuração redonda, medindo, na parte superior, no sentido nascente-poente 6,80 m de diâmetro e no sentido norte-sul 5 m. É de granito granulado, de cor esbranquiçada. A partir da base vai aumentando de volume, atingindo na parte mais bojuda um perímetro de 25 m.
Há, pelo menos duas séries de insculturas. Um conjunto é fácil de identificar e quase todas elas se referem a manifestações antropomórficas; o outro conjunto, muito delido, embora se note bem, não é fácil individualizá-lo.
Além dos antropomorfos, há outros sinais como podomorfos, suásticas, fossetes, etc.
A poucos metros deste penedo, na direcção do poente, foram descobertas em 1983, por um grupo de estudantes do Liceu de Viana, sob a orientação do P. Artur Coutinho, outro conjunto, sendo uma figura facilmente identificada como serpentiforme.

Castro do Germano

Fica situado no centro da freguesia, a uns 800 m a sudeste da igreja paroquial, numa pequena elevação, no lugar de Boucinha. Para nascente, levanta-se a costa do Carvalho, onde existem vestígios pré-históricos. A poente, estende-se uma paisagem rude, entremeada de campos de cultivo, casas e pinheirais. Ao fundo, na linha do horizonte, divisam-se, de maneira difusa, os montes galegos, fronteiriços a Caminha.
O castro do Germano está limitado a nascente, pelo regato do Cubanco, a sul e poente pela estrada municipal e a norte, pelo caminho de servidão. A altitude eleva-se a mais de 300 m.
Não se notam vestígios de muralhas ou de fossos. Do lado nascente, como é terreno declinado, a altura do castro eleva-se à mesma altura do terreno adjacente. Seguindo na direcção sul-poente, o relevo vai-se acentuando, até atingir um talude bastante íngreme, do lado norte.
É possível que as defesas do castro fossem formadas por taludes.
Foi recolhido bastante espólio, numa prospecção feita há anos: mós redondas, pedras de vários feitios, uma delas exibindo um simulacro de inscrição não identificada; restos cerâmicos, pedaços de tégula, etc.

Alto do Crasto

Está este montículo, na confluência da estrada que vai para Gondar e para a Montaria. Apesar da configuração do monte nos sugerir a existência dum castro, não se encontraram quaisquer vestígios ou indícios de construções ou de testemunhos cerâmicos.
No entanto, aqui fica o topónimo para que algum investigador mais apurado possa estudar, se achar tarefa fácil e rentável, no campo científico, é claro.

Etnografia

O sino dos mouros

Na Costa do Carvalho existe um penedo a que chamam igreja dos .mouros.
Segundo nos informou uma velhinha, trata-se de um local onde os mouros vinham dizer missa. Esse penedo tem dois sinos — um de ouro e outro de peste. Se alguém, um dia, tentar rachar o penedo, para encontrar o sino de ouro e o achar, efectivamente, ficará rico; mas se, em vez deste, lhe surgir o de peste, ficará tudo empestado.
É curioso que num penedo, situado mais abaixo uns metros, onde existem também sinais rupestres, andaram lá a tentar rachar o penedo, talvez com essa intenção, já que pedra melhor e detalhe mais fácil não falta junto da povoação.

Feiticeiras

Também não faltaram, noutros tempos, nesta freguesia. Há a Cruz de Valdante. Perto dela, apareciam as feiticeiras com fachoqueiras. Se alguém se atrevia a incomodá-las, nas suas reuniões, atiravam-lhe com as fachoqueiras à cara e partiam a rir em estrídulas gargalhadas.

Coisas do outro mundo

Coisas do outro mundo e procissões dos defuntos só as fica a ver o indivíduo cuja madrinha tenha omitido algumas palavras no credo, no dia do baptismo.

Mal da inveja

Quando este mal se manifesta, fazem-se defumadouros, segundo o rito da Serra d’Arga : num caco põem arruda, palhas alhas, incenso, etc., e vão colocá-lo numa encruzilhada de noite.

Rancho Folclórico

Foi fundado no ano de 1955 pelo Dr. Alfredo Moreira, professor de muitas gerações de alunos, teve uma vida muito activa este agrupamento folclórico. Ver colectividades.

( Fontes consultadas: Caminha e seu Concelho, Inventário Colectivo dos Arquivos Paroquiais vol. II Norte Arquivos Nacionais/Torre do Tombo e Freguesias Autarcas do Século XXI ) e Lendas do Vale do Minho .

258 724 020
jf-dem@freguesiasdeportugal.com
 
Nós no Facebook

facebook

Últimas Notícias
TAGS POPULARES

facebook

facebook

facebook

Tempo em Caminha